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Mediação transformativa: como funciona?

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O novo Código de Processo Civil trouxe diversas inovações, tanto na fase processual quanto na pré-processual. Entre as novas regras, temos a conciliação e a mediação como uma etapa obrigatória nas ações cíveis. Com isso, os meios alternativos de solução de conflitos ganharam ainda mais destaque no meio jurídico.

Um dos métodos que podem ser utilizados na resolução de disputas é a mediação do tipo transformativa. Essa técnica se destaca no cenário atual onde as transformações sociais e humanas modificam as relações, exigindo uma abordagem mais profunda da causa do conflito entre as partes.

Para saber mais sobre como essa modalidade funciona e qual o papel do mediador transformativo, continue a leitura!

Como funciona a mediação do tipo transformativa?

Criada por Barush Busch e Joseph Folger, especialistas em negociação e comunicação, a mediação transformativa visa situar a resolução do conflito em sua origem. Assim, o acordo é visto como uma possibilidade, e não finalidade, pois o foco está em trabalhar os interesses e as necessidades dos envolvidos.

Desse modo, a mediação transformativa acredita que a única forma de evitar novos conflitos é buscar — e resolver — a origem da questão. Com isso, o acordo seria uma consequência natural desse processo.

Afinal, ao enfrentarem o problema, reconhecendo seu papel como coprotagonistas, as partes assumem a responsabilidade por seus conflitos e decisões, desmistificando a culpa do outro como causa do desentendimento. Trata-se, portanto, de uma técnica baseada no conceito de empatia.

Características

A mediação é uma modalidade de autocomposição onde a resolução do conflito depende unicamente da vontade de uma ou de ambas as partes, pois não há intervenção de uma terceira figura que tenha poder decisório sobre a demanda. Com base nesse conceito inicial, podemos compreender o conjunto de ideias que caracterizam a mediação transformativa, tais como:

Quais são os benefícios dessa modalidade?

Este modelo trabalha o conflito de forma integral, ou seja, englobando as perspectivas afetivas, emocionais, psicológicas, financeiras e legais. Assim, como a mediação transformativa foca em restabelecer a relação para, só depois, buscar a resolução da disputa, ela apresenta inúmeros benefícios para os envolvidos, dentre os quais podemos destacar:

Como é a atuação do mediador transformativo?

A atuação do mediador transformativo é semelhante à prática tradicional, onde o profissional atua de forma passiva, sem intervir ou influenciar o resultado do processo. Assim, não há intervenção direta do mediador, que apenas utiliza técnicas para tornar possível o restabelecimento do diálogo entre as partes.

Quando o diálogo se torna viável novamente, há a possibilidade de construção de uma solução. Por isso, o empoderamento é tão importante.

Como vimos, a mediação do tipo transformativa de Busch e Folger busca restaurar e facilitar a comunicação entre as partes por meio de um terceiro imparcial que atua como mediador. Com o empoderamento e o reconhecimento, a percepção do conflito muda e os envolvidos sentem-se encorajados na construção de um desfecho benéfico para ambos.

Viu como os meios alternativos de resolução de conflitos podem promover a harmonia entre as pessoas? Para entender melhor como a construção dessas habilidades pode facilitar o processo, descubra a importância da proficiência do mediador!

Conheça também outros tipos de mediação:

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