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Entenda a importância do Compliance no setor de saúde brasileiro

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Ao mesmo tempo em que é vital para a população, o setor de saúde é uma área em que os conflitos de interesse podem ser muito grandes. Afinal, estamos falando de atividades econômicas, que visam lucro, mas não podemos nos esquecer do bem-estar e dos interesses do paciente, que devem estar em primeiro lugar.

É justamente por isso que o compliance na saúde é tão importante. De origem inglesa, podemos traduzir esse termo como “conformidade”. Assim, estar em compliance é estar em conformidade com a lei, com as normas de governança corporativa e com os mais elevados padrões éticos de conduta.

Neste artigo, veremos como se aplica o compliance na saúde e qual é a importância disso para o setor. Acompanhe!

A evolução do compliance na área de saúde no Brasil

Um dos maiores marcos do compliance no setor de saúde no Brasil foi a aprovação da chamada Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013), que trouxe avanços importantes para os mecanismos de compliance e para a integridade do ambiente empresarial, como um todo.

Grosso modo, ela colaborou para que as instituições da área da saúde adotassem uma postura no sentido de aperfeiçoar a gestão e garantir uma relação íntegra com todos os públicos envolvidos — colaboradores, fornecedores, clientes e representantes.

Essa exigência por transparência, aliás, é uma tendência que se observa mundialmente. Nos Estados Unidos, por exemplo, temos o Sunshine Act, que determina que hospitais, farmacêuticas e empresas de equipamentos médicos informem o governo qualquer valor pago aos médicos.

Por aqui, o estado de Minas Gerais aprovou uma legislação semelhante, que ficou conhecida como Sunshine Act Mineiro (Lei 22.440/2016). De acordo com ele, o governo deve ser informado de quaisquer relações que possam configurar conflitos de interesse entre profissionais de saúde e entidades do setor.

A aplicação do compliance na saúde brasileira

A divergência de interesses está na raiz dos casos de corrupção na saúde. São três os principais agentes envolvidos:

O paciente é quem faz uso dos equipamentos, medicamentos etc., mas não é ele que escolhe o que vai usar. Já o prestador (que pode ser o médico, a clínica ou o hospital) é quem toma essa decisão, mas não é quem paga por ela. Tal função fica para a operadora, que pode ser particular ou pública (ou seja, o governo).

O interesse do paciente, portanto, é receber apenas aquilo que é melhor para os seus cuidados, enquanto o do prestador é ganhar o máximo de dinheiro possível, e o do operador, gastar o mínimo possível.

Assim, há uma “rede de interações” na área da saúde que sofre, continuamente, a influência da vontade de seus agentes. E é nesse cenário que os profissionais de compliance de saúde devem atuar. Trata-se de uma questão complexa, porque abrange não apenas diversas áreas do Direito, mas também a necessidade de conhecimento técnico profundo sobre muitos assuntos.

Para que um programa de compliance seja eficaz, ele precisa atuar em três frentes:

Os principais pilares do compliance na saúde

Para dar conta desse cenário tão complexo, podemos mencionar alguns pilares que têm sido adotados no compliance na saúde:

Podemos ver, enfim, porque o compliance na saúde é um setor em alta, e uma ótima oportunidade para os profissionais de Direito, que precisam se especializar para conseguir dar conta de uma área ao mesmo tempo tão técnica e ampla.

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