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Legaltech e lawtech: o que são e como influenciam o mercado de direito

Legaltech e lawtech: o que são e como influenciam o mercado de direito
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Com o avanço digital, a tecnologia tem influenciado diferentes setores pelo mundo. O meio jurídico não fica de fora e também sofre bastante influência das inovações tecnológicas. Por isso, a cada dia, se faz mais necessário entender as novas demandas do mercado e dos clientes para inovar e prosperar, mesmo com tanta competitividade. Dessa forma, as legaltechs e lawtechs ganham espaço no setor jurídico.

A junção entre direito e tecnologia ocorre por meio de ações que englobam a ideia de startups com a finalidade de reformular todo um ciclo já estruturado nos métodos tradicionais, modernizando os serviços prestados e fazendo com que o profissional consiga se adequar aos conceitos atuais.

Quer entender melhor como as legaltechs e lawtechs funcionam e como têm impactado o mundo do Direito? Continue a leitura!

Existe diferença entre as legaltechs e as lawtechs?

Essa é uma dúvida bastante comum, afinal, os dois termos são bastante utilizados, quase sempre como sinônimos. De modo resumido, as lawtechs são direcionadas aos procedimentos jurídicos, enquanto as legaltechs são direcionadas aos operadores do Direito. Assim, podemos constatar que existe uma mínima diferença entre elas.

Essa diferença aparece de forma bem marcada no exterior, embora isso já esteja sendo discutido, pois pretende-se adotar ambos os termos para designar todas as startups que atuam com soluções para o setor jurídico. Por isso, essa tendência de usar os dois termos como sinônimos, como já ocorre no Brasil, deve ser adotada em todo o mundo em um futuro próximo.

Afinal, o que são legaltechs e lawtechs?

Como vimos, existe uma forte tendência de utilizar legaltech e lawtech como sinônimos. Com isso em mente, vamos compreender de onde esses termos surgiram e qual o conceito de cada um deles:

  • Legaltech: abreviação de legal technology (tecnologia jurídica), utilizado para designar startups que criam soluções tecnológicos para automatizar operações e procedimentos de advogados e escritórios;
  • Lawtech: junção de law (advocacia) e technology (tecnologia), usado para designar as startups que criam produtos ou serviços para facilitar os procedimentos jurídicos.

Portanto, tratam-se de companhias inovadoras (startups) que investem em tecnologia para resolver algum conflito ligado ao ambiente jurídico, ou seja, são empresas que oferecem soluções tecnológicas e são chamadas para garantir a otimização dos processos da cadeia jurídica.

Para isso, elas avaliam e identificam pontos de melhorias no setor e atividades rotineiras desenvolvidas pelos advogados, com o foco em proporcionar maior eficiência nas tarefas e nos procedimentos ligados à prática jurídica.

Esse conceito surgiu a partir da necessidade do mercado, principalmente quando os profissionais passaram a se ver como empreendedores e assumiram a responsabilidade de aumentar os níveis de desenvolvimento e resultados de seus escritórios. Então, as ferramentas tecnológicas foram vistas como mecanismos fundamentais para isso acontecer.

Como está o mercado de lawtechs e legaltechs no Brasil?

Segundo a Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), o Brasil conta, atualmente, com mais de 50 startups jurídicas. Esse número mais que dobrou em apenas 2 anos, o que indica um crescimento exponencial em legaltechs e lawtechs no mercado jurídico brasileiro.

Esse mercado vem crescendo ao longo da última década, desde quando surgiu a primeira legaltech no país. Contudo, a expansão acelerada dos últimos anos passou a atrair mais empresários dispostos a apostar no mercado jurídico.

Ainda há bastante espaço para crescer nesse setor. Afinal, o Brasil já ultrapassou 1,2 milhão de advogados espalhados por todo o território. Considerando que um advogado precisa lidar com um grande volume de processos e procedimentos, a demanda por soluções tecnológicas na área só aumenta, tornando o país um terreno fértil para o desenvolvimento dessas empresas.

Impactos no meio jurídico

Hoje, é praticamente impossível imaginar a vida sem o uso das tecnologias. Afinal, tanto na vida pessoal quanto na profissional, utilizamos diversos dispositivos, aplicativos e programas criados especificamente para facilitar o nosso dia a dia.

Por isso, não é difícil compreender que o meio jurídico também sofre a influência dos avanços tecnológicos. Falar de tecnologia na prática do Direito é reconhecer a importância e o impacto das legaltechs e lawtechs na rotina dos profissionais da área.

Nos últimos anos, os advogados precisaram se adaptar às diversas mudanças no setor, incluindo a modernização do Poder Judiciário, que passou a utilizar softwares, aplicativos e Inteligência Artificial, em um progresso contínuo rumo aos processos eletrônicos como já estamos vivenciando atualmente.

Por isso, as soluções tecnológicas na advocacia não podem ser vistas apenas como uma vantagem operacional, afinal, se tornou essencial acompanhar as mudanças ocorridas no setor público.

Formação em Direito, Inovação e Tecnologia

Como as legaltechs e lawtechs têm facilitado a rotina dos profissionais do Direito?

Como já foi dito, a finalidade dessas startups é encontrar as principais deficiências desse ramo e, a partir daí, elaborar soluções que sejam capazes de aperfeiçoar e resolver esses problemas. Hoje, já é possível controlar intimações e prazos por meio de aplicativos, além de mediar conflitos de maneira online.

Outros exemplos são: processo eletrônico, softwares jurídicos que possibilitam o acesso rápido a sites dos tribunais e jurisprudências, controle de dados dos clientes e informações recebidas por meio da centralização, armazenamento em nuvem, entre outros.

Quais são os seus principais benefícios?

As legaltechs e lawtechs propiciam diversos benefícios para os profissionais. Conheça os principais:

  • aumento da produtividade;
  • realização de pesquisa jurídica;
  • gestão eficiente;
  • redução de custos;
  • organização dos processos e atividades;
  • desafogamento do judiciário;
  • maior acesso à lei;
  • promoção da transparência;
  • qualidade dos serviços prestados;
  • captação e fidelização dos clientes.

Quais são as categorias de atuação das legaltechs e lawtechs?

O principal objetivo das tecnologias jurídicas é solucionar os problemas do dia a dia do profissional do Direito e aumentar a eficiência nessa área. Pensando nisso, a Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L) dividiu as soluções tecnológicas em 13 categorias. Veja, a seguir, como a AB2L define cada uma delas:

  • analytics e jurimetria: plataformas de análise e reunião de dados, e jurimetria;
  • automação e gestão de documentos: sistemas de automação de arquivos jurídicos e administração da durabilidade de contratos e processos;
  • compliance: instituições que concedem o conjunto de disciplinas para promover a aplicação da legislação e políticas definidas para as atividades da empresa;
  • conteúdo jurídico, educação e consultoria: sites de informação, notícias, legislação e demais organizações de consultoria com atuações na segurança de dados e assessoria tributária;
  • extração e monitoramento de dados públicos: acompanhamento e gerenciamento de informações públicas, como andamentos processuais, documentos cartorários, leis e publicações;
  • gestão — escritório e departamento jurídicos: recursos de gestão de informações para setores jurídicos e escritórios;
  • IA — setor público: soluções de Inteligência Artificial para o poder público e tribunais;
  • redes de profissionais: relacionamento entre profissionais do ramo do direito, que possibilitam que empresas e pessoas encontrem advogados em todo o país;
  • regtech: ferramentas tecnológicas utilizadas para resolver problemas provocados pelas exigências de regulamentação;
  • resolução de conflitos online: companhias dedicadas à solução online de conflitos por maneiras alternativas ao processo judicial, por exemplo, arbitragem, mediação e negociação de acordos;
  • taxtech: plataformas que proporcionam tecnologias e ferramentas para todos os desafios tributários.
  • civic tech –  tecnologia para melhorar o relacionamento entre pessoas e instituições, dando mais voz para participar das decisões ou melhorar a prestação de serviços;
  • real estate tech – aplicação da tecnologia da informação através de plataformas voltadas ao mercado imobiliário e cartorário.

Como você pôde perceber neste artigo, legaltechs e lawtechs já são uma realidade e surgiram com o intuito de aperfeiçoar os serviços realizados pelos advogados. Afinal, tornar a rotina mais simples e otimizada é uma grande vantagem dos profissionais e escritórios de advocacia que se destacam em um mercado bastante competitivo.

Gostou do nosso conteúdo? Agora que você aprendeu mais sobre a importância da tecnologia para a qualidade dos processos jurídicos, confira os 7 aplicativos para advogados que você precisa conhecer!

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